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Trabalhadores automotivos convocam manifestação em 9 de Fevereiro para lutar contra o fechamento de fábricas da GM

Publicado originalmente em 12 de Janeiro de 2019

Trabalhadores automotivos e de outras categorias e jovens protestarão em frente à sede da General Motors em Detroit no dia 9 de Fevereiro para se opor aos planos da montadora de fechar cinco fábricas nos EUA e no Canadá e demitir cerca de 15.000 trabalhadores.

A manifestação será iniciada às 14h00 (17h00 no horário de Brasília). A sede da GM está localizado no Centro Renaissance, no centro de Detroit, Michigan.

A manifestação foi convocada pelo Comitê Diretor da Coalizão de Comitês de Base de Trabalhadores, e foi apoiada pelo WSWS Autoworker Newsletter (Boletim do Trabalhador Automotivo do WSWS). O comitê diretor, que é composto por trabalhadores automotivos dos estados do Michigan e Indiana, junto com trabalhadores da Amazon e outras empresas, foi estabelecido na Reunião de Emergência para Lutar contra os Fechamentos da GM, organizado pelo WSWS e o SEP (EUA) (Partido Socialista pela Igualdade, seção americana do Comitê Internacional da Quarta Internacional).

Em uma declaração publicada na rede social, o comitê diretor convocou todos a apoiarem a manifestação.

“O plano da General Motors de fechar cinco fábricas nos EUA e no Canadá e eliminar 15.000 empregos é um ataque contra todos os trabalhadores que precisa ser parado.”

Chamando o fechamento de fábricas de um “crime empresarial”, a declaração afirma: “Os trabalhadores e jovens de Detroit, Lordstown, Oshawa e outros alvos da GM precisam declarar com uma só voz que essas fábricas não fecharão! O fechamento dessas fábricas terá consequências devastadoras para dezenas de milhares de trabalhadores automotivos, suas famílias, e as comunidades onde essas fábricas estão localizadas.”

“As ações da GM são parte de uma reestruturação global da indústria automotiva e um ataque sobre a classe trabalhadora internacional, impulsionada pelas exigências de Wall Street por lucros cada vez maiores, que piorarão os níveis recordes de desigualdade social”.

O comitê diretor foi formado para organizar os trabalhadores independentemente dos sindicatos controlados pelas montadoras – o UAW, nos EUA, e o Unifor, no Canadá. Essas organizações, a declaração afirma, “são negócios – responsáveis pelos baixos salários dos trabalhadores e uma força policial industrial, controladas por dirigentes que se encontram entre os 3% com os maiores salários nos EUA.”

“Por quatro décadas, essas organizações ajudaram a retirar direitos, alegando que isso salvaria nossos empregos. Ao mesmo tempo que as diminuições enriqueceram os patrões automotivos, 600.000 empregos foram eliminados, e tivemos nossos salários e benefícios roubados. Graças ao UAW e ao Unifor, uma geração inteira de trabalhadores automotivos foi transformada em trabalhadores temporários mal pagos.”

A declaração convoca os trabalhadores e jovens “para construir comitês de base em toda fábrica, local de trabalho e nas comunidade para levar adiante os interesses dos trabalhadores em oposição à administração empresarial, independente do UAW e do Unifor”.

Ela faz um apelo particular pela união de todos os trabalhadores, nos Estados Unidos e internacionalmente, opondo-se ao nacionalismo promovido pelos sindicatos. “A luta dos trabalhadores automotivos precisa ser conectada às lutas de todos os trabalhadores – incluindo trabalhadores de autopeças, professores, trabalhadores da Amazon, do setor de serviços, entre outros – e lutar pela união dos trabalhadores americanos com nossos irmãos e irmãs de classe no Canadá, México e no resto do mundo.”

“Todos os trabalhadores enfrentam a mesma luta, desde os professores em Los Angeles, os funcionários públicos federais que estão sofrendo com a paralisação do governo americano até os “coletes amarelos” na França. Os bilionários que governam a sociedade querem roubar nossos salários, aposentadorias e benefícios de saúde e transformar todo trabalhador em um escravo industrial”.

A convocação da manifestação ocorre no momento em que as empresas automotivas transnacionais estão realizando em um massacre global nos empregos. A Ford acaba de anunciar que está “revisando” suas fábricas na Alemanha, França e Rússia como parte de um plano de corte de custos que poderia eliminar até 25.000 empregos. A montadora está agora preparando uma aliança com a Volkswagen em um esforço que poderia levar a ainda mais desemprego. A Jaguar também está eliminando 5.000 empregos no Reino Unido.

E enquanto a GM está prestes a obter pelo menos um lucro de 10 bilhões de dólares e gastou 25 bilhões em recompras de ações e pagamentos de dividendos ao longo dos últimos anos, a montadora não terminou seu plano de demissões. O Detroit Free Press citou um analista da indústria que disse que várias fábricas de motores e peças de motores provavelmente terão que realizar demissões em Fint, Romulus e Bay City, Michigan, além de um fábrica em Ohio e outra no oeste de Nova Iorque.

Enquanto o UAW e o Unifor – ao lado da administração Trump e políticos dos partidos Democrata e Republicano – estão alegando que as demissões nos EUA e Canadá estão acontecendo por causa da produção de carros da GM no México e na China, os trabalhadores nesses dois países também estão sendo golpeados pelo fechamento de fábricas e demissões.

“Nós precisamos mostrar nosso poder de classe trabalhadora como uma força global unida”, disse Nick, um trabalhador automotivo de Detroit que está no comitê diretivo. “Nós vemos o que acontece com comunidades depois do fechamento de fábricas. Veja Flint e Youngstown, Ohio, próximo à fábrica de Lordstown. São terrenos baldios industriais. Nós temos que nos reunir e dizer: ‘Não, GM, você não tem o direito de fechar essas fábricas”.

“Eu quero convocar especialmente meus irmãos e irmãs de Oshawa, Canadá, que estão começando a lutar por contra própria, a se juntar à nossa manifestação”, Nick acrescentou. “Formem seus próprios comitês de base, listem seus objetivos e lutem por eles. Não podemos deixar que essas gigantes montadoras e os sindicatos usem contra nós uma estratégia de ‘dividir para conquistar’. Pessoas da classe trabalhadora são um população global, e nós temos que nos unir. Juntos podemos lutar para acabar com a nossa exploração e opressão, e a tirania desse sistema”.

“Nós estamos convocando a classe trabalhadora a se levantar e se juntar na luta contra o fechamento de fábricas da GM”, disse Angela, outra membra do comitê diretivo que trabalha na Fiat Chrysler em Kokomo, Indiana. “Isso poderia estar facilmente acontecendo com trabalhadores na Chrysler e Ford. Nossos irmãos e irmãs na GM precisam da nossa força coletiva para lutar na defesa dos nossos empregos e vidas. Todos os trabalhadores precisam se unir. Juntem-se a mim em 9 de Fevereiro!”.

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