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Perspectivas

Facebook restabelece páginas socialistas declarando expurgo um “erro de automatização”

Publicado originalmente em 26 de janeiro de 2021

Na segunda-feira, após amplos protestos, o Facebook reabilitou a página do Juventude e Estudantes Internacionais pela Igualdade Social (IYSSE) da Universidade de Michigan (UM), e as contas dos membros do IYSSE e do Partido Socialista pela Igualdade (SEP).

Em resposta às investigações feitas pelo Financial Times no Reino Unido, o Facebook declarou que as remoções foram resultado de um "erro de automatização", acrescentando: "Pedimos desculpas pelo erro".

O Financial Times publicou uma notícia sobre a censura do WSWS pelo Facebook.

A restauração do serviço ocorreu dois dias após o Facebook ter desativado essas páginas sem nenhuma explicação e sem oferecer nenhum recurso. Entre as páginas individuais excluídas estavam aquelas da secretária nacional da IYSSE, Genevieve Leigh, e do Editor Administrativo do World Socialist Web Site (WSWS), Niles Niemuth.

Declarações sobre o WSWS denunciando o expurgo político foram compartilhadas milhares de vezes nas redes sociais, além de uma enchente de cartas e declarações de apoio de trabalhadores, jovens, jornalistas e profissionais.

O Financial Times relatou a controvérsia em um artigo de primeira página intitulado "Facebook provoca revolta após fechar páginas socialistas". O jornal entrevistou David North, presidente do Conselho Editorial Internacional do WSWS, e Chris Marsden, secretário nacional do SEP (Reino Unido).

O artigo citou North: "Embora este banimento em particular tenha sido [revertido], ele é um alerta de que não sabemos o que pode acontecer no futuro". Marsden disse: "As redes sociais... são de propriedade privada, mas, para todos os efeitos, elas são o que costumavam ser as praças públicas. Eles estão utilizando o seu poder de uma maneira completamente antidemocrática".

A declaração do Facebook de que a desativação de contas foi meramente o produto de uma falha técnica carece de qualquer credibilidade e é claramente desonesta. A empresa claramente investiu tempo e recursos para identificar os principais membros do SEP, IYSSE e do WSWS.

A declaração é desmentida pelas várias afirmações dos funcionários do Facebook, tanto nas audiências no congresso dos EUA, como perante audiências de militares, de que o Facebook procura deliberadamente combater o que a empresa chama de posições políticas "radicais".

Falando diante de uma audiência de generais e autoridades da inteligência em uma conferência da OTAN em 2018, o Diretor de Segurança do Facebook, Alex Stamos, declarou: "Nossas sociedades em geral terão que começar a se adaptar à idéia de que nem todas as informações são criadas iguais". Ele advertiu que milhões de "pessoas que sentem que foram ignoradas ou oprimidas" estão utilizando o Facebook para "promover uma política radical". Ele chamou esses indivíduos e organizações de "agentes de influência doméstica".

O Facebook contratou mais de 20 mil pessoas para compor a sua equipe de segurança e fiscalização para policiar a sua plataforma, muitas das quais possuem formação policial e no setor de inteligência, ou, como Stamos, trabalham em think tanks ligados ao setor de inteligência.

O WSWS exige que o Facebook explique porque a empresa expurgou as contas do IYSSE da UM e as contas dos membros do SEP.

Quais indivíduos estavam envolvidos nessa decisão de remover as páginas dos membros do SEP? Qual foi o envolvimento das agências do governo dos Estados Unidos na decisão do Facebook? O Facebook discutiu alguma vez as atividades do SEP ou de algum de seus membros com o governo dos EUA? O Facebook foi pressionado pelo governo dos EUA a tomar medidas contra o SEP?

Sem tal explicação, não há garantia de que outras medidas arbitrárias e de motivação política não serão tomadas. O pedido de desculpas do Facebook não tem significado, a menos que ele possa dar garantias de que não o fará novamente.

O World Socialist Web Site agradece aos muitos leitores, apoiadores e jornalistas de princípios que divulgaram o ato de censura do Facebook contra o IYSSE e o SEP e ajudaram a revertê-lo. Entretanto, a luta não acabou.

Pedimos aos nossos leitores:

1. Enviem declarações exigindo uma explicação das ações do Facebook para info@support.facebook.com e zuckerberg@fb.com. Enviem cópias de suas cartas para comments@wsws.org para publicação no World Socialist Web Site.

2. Compartilhem esta declaração com seus amigos e colegas de trabalho e nas redes sociais, incluindo Facebook, Twitter e outras plataformas. Inclua a hashtag #StopCensoringSocialism.

3. Envie ao WSWS qualquer informação que você tenha sobre a censura de indivíduos e publicações de esquerda no Facebook ou outras redes sociais para que possamos divulgar e nos opor a esses ataques.

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