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Perspectivas

Trabalhadores da Volvo Truck na Virgínia retornam aos piquetes: Um ponto de inflexão na luta de classes nos EUA e no mundo

Publicado originalmente em 8 de junho de 2021

Após 3.000 trabalhadores da fábrica da Volvo Truck North America de New River Valley, em Dublin, na Virgínia (EUA), terem repudiado maciçamente no domingo o segundo contrato traidor negociado pelo sindicato pró-corporativo United Auto Workers (UAW), eles estão de volta aos piquetes. Uma vez que a luta dos trabalhadores de caminhões Volvo foi pouco divulgada na mídia nacional e praticamente ignorada nas publicações das organizações pseudoesquerdistas de classe média, é necessário oferecer uma análise concisa dos eventos que levaram à votação de domingo.

A traição do UAW

Os trabalhadores da Volvo entraram inicialmente em greve em 17 de abril determinados a reverter as concessões que haviam sido garantidas pelo UAW à corporação transnacional sediada na Suécia durante os três últimos contratos. Duas semanas depois, em 30 de abril, a burocracia sindical anunciou que havia chegado a um acordo e encerrou a greve sem que os trabalhadores vissem ou votassem o contrato.

Trabalhadores da Volvo Truck no mês passado (Fonte: UAW 2069)

Quando os detalhes do acordo, repleto de concessões humilhantes, vazaram através dos esforços do Comitê de Base dos Trabalhadores da Volvo (VWRFC), uma onda de oposição varreu a fábrica. Em 16 de maio, 91% dos trabalhadores rejeitaram o acordo.

Recusando-se a retomar a greve, o UAW iniciou uma segunda rodada de negociação. Em pouco mais de uma semana, o sindicato anunciou que havia chegado a um acordo provisório. Tentando intimidar os trabalhadores, o sindicato advertiu que uma rejeição do contrato resultaria em uma greve de seis meses sem qualquer melhoria nos termos do acordo.

Apesar dessa ameaça, quando ficou claro que o sindicato havia apenas alterado a linguagem do acordo original podre, a oposição de base se intensificou, culminando com a segunda rejeição da traição do sindicato no domingo. Mais uma vez, 90% dos trabalhadores votaram contra o acordo.

Sem poder conter a oposição, o UAW finalmente autorizou o reinício da greve na segunda-feira à tarde.

A revolta dos trabalhadores de base

A rejeição esmagadora da tentativa de traição do UAW por um poderoso contingente de trabalhadores industriais é a última manifestação de um crescimento da militância da classe trabalhadora, que está assumindo a forma de uma rebelião contra o UAW e outros sindicatos afiliados à AFL-CIO.

Nos últimos meses, uma ampla variedade de trabalhadores tem desafiado abertamente essas organizações. No Alabama, mais de mil mineiros estão em greve contra a Warrior Met Coal desde 1º de abril. Em 9 de abril, 1.006 dos 1.051 trabalhadores que votaram rejeitaram um contrato provisório de cinco anos negociado pelo sindicato United Mine Workers of America (UMWA).

Os trabalhadores estão vendo essas organizações pelo que realmente são: instituições antioperárias que são “sindicatos” apenas no nome, e que são dirigidas por burocratas de classe média-alta, que não prestam contas, possuem salários de mais de 100.000 dólares e que são amplamente desprezados pelos trabalhadores que representam. Esses “sindicatos” funcionam não como organizações defensivas da classe trabalhadora, mas como cúmplices diretos e entusiastas das corporações na exploração da classe trabalhadora.

A colaboração dos sindicatos com as corporações e com o Estado assumiu sua forma mais vil em sua recusa em proteger os trabalhadores contra o perigo de infecção em fábricas, outros locais de trabalho inseguros e, especialmente, escolas durante uma pandemia que tirou 600.000 vidas nos Estados Unidos durante os últimos 15 meses. O sindicato dos professores, liderado por Randi Weingarten (cujo salário anual é de 500.000 dólares), tem estado na vanguarda da perigosa campanha de “retorno ao trabalho” (ou seja, de imunidade de rebanho).

O contexto histórico

O significado da rebelião dos trabalhadores da Volvo Truck e da crescente onda de militância de base só pode ser totalmente compreendido quando colocado em um contexto histórico mais amplo.

No próximo dia 3 de agosto completará 40 anos do início da greve da Organização Profissional de Controladores de Tráfego Aéreo (PATCO). Apenas algumas horas após o início da greve, o Presidente Ronald Reagan, trabalhando com um plano de ação que havia sido preparado pelo governo anterior do Presidente Democrata Jimmy Carter, ordenou um retorno imediato ao trabalho. Ele ameaçou a demissão dos controladores que não cumprissem sua ordem. A esmagadora maioria dos grevistas desafiou Reagan. Em 5 de agosto, o governo Reagan decidiu demitir 11.345 membros da PATCO. Os principais militantes sindicais foram detidos e eventualmente presos por terem entrado em greve.

Esse ataque historicamente sem precedentes a um sindicato e a trabalhadores de base pelo governo federal só foi bem-sucedido porque a AFL-CIO se recusou terminantemente a sair em defesa da PATCO. Foi ampla e corretamente assumido pelos militantes da PATCO que o governo Reagan tinha recebido garantias da AFL-CIO de que não agiria para impedir a destruição da PATCO.

Opondo-se à traição e covardia da AFL-CIO, a Workers League (organização antecessora do Partido Socialista pela Igualdade) explicou o que estava em jogo na greve da PATCO. Em uma declaração publicada em 13 de agosto de 1981 no Bulletin (precursor do World Socialist Web Site), a Workers League declarou:

A greve de 13.000 membros da Organização Profissional de Controladores de Tráfego Aéreo é um ponto de inflexão histórico para a luta da classe trabalhadora nos Estados Unidos e internacionalmente. …

Uma conclusão política essencial deve ser tirada da greve da PATCO: longe de ser uma aberração ou exceção, ela revela a verdadeira essência das relações de classe nos Estados Unidos.

A classe dominante está atacando todos os direitos fundamentais dos trabalhadores – serviços sociais, empregos, normas de segurança, padrões de vida e agora o direito à organização sindical – e invocando todos os poderes repressivos e a violência do Estado capitalista para fazer valer esses ataques. [A Greve da PATCO: Um Alerta à Classe Trabalhadora].

A declaração da Workers League levantou quatro pontos críticos.

Em primeiro lugar, enfatizou que a ação violenta do governo Reagan visava implementar uma reestruturação fundamental das relações de classe nos Estados Unidos, ou seja, criar as melhores condições para um aumento maciço da exploração da classe trabalhadora e a transferência de riqueza para a elite dominante. A destruição da PATCO foi um sinal para uma ofensiva geral das corporações contra todos os setores da classe trabalhadora.

Em segundo lugar, explicou que o ataque do governo Reagan aos trabalhadores visava reverter o declínio econômico global dos Estados Unidos e enfraquecer a resistência da classe trabalhadora internacional aos interesses geoestratégicos do imperialismo americano.

O ataque aos filiados à PATCO é inseparável da política de contrarrevolução global de Reagan. O capitalismo americano não pode mais levar adiante duas políticas diferentes, mantendo o compromisso de classe em casa enquanto persegue a contrarrevolução feroz e estabelece e apoia ditaduras militares e fascistas no exterior.

Em terceiro lugar, a Workers League alertou que a subserviência da AFL-CIO, do UAW, do Teamsters e de outras organizações operárias ao capitalismo e seus dois partidos políticos enfraqueceu drasticamente a classe trabalhadora e levaria a uma derrota atrás da outra.

Em quarto lugar, a defesa da classe trabalhadora exigia a construção de uma nova diração revolucionária, baseada em uma perspectiva socialista. A Workers League alertou:

A burocracia operária vai trair, e está traindo. A luta contra essas traições não pode ser baseada apenas na militância, mas requer uma estratégia política para a luta contra o governo.

A análise feita pela Workers League, em relação às consequências nacionais e internacionais da traição e da derrota da greve da PATCO, foi confirmada por eventos posteriores. Dentro dos Estados Unidos, a destruição da PATCO foi seguida por uma sequência de greves derrotadas – na Continental Airlines, nas minas de cobre da Phelps Dodge, nas fábricas de processamento de carne da Hormel e nas minas de carvão da AT Massey, para citar apenas as mais notórias – que resultaram em um declínio devastador no padrão de vida da classe trabalhadora americana.

Além das fronteiras dos Estados Unidos, a destruição da PATCO por Reagan encorajou os governos capitalistas de todo o mundo a intensificar seus ataques à classe trabalhadora. O brutal ataque da primeira-ministra britânica Margaret Thatcher contra a greve dos mineiros de 1984-85 e sua consequente derrota inspirou-se nas ações de Reagan.

O enfraquecimento extremo da posição da classe trabalhadora nos Estados Unidos deu nova credibilidade à propaganda pró-capitalista e contribuiu significativamente para o clima de desmoralização social e político que permitiu que as reacionárias burocracias stalinistas da União Soviética, Europa Oriental e China realizassem a restauração do capitalismo entre 1989 e 1991.

Nas décadas que se seguiram às derrotas dos anos 1980, as greves praticamente desapareceram nos Estados Unidos. Em um país que havia testemunhado ao longo de mais de um século as batalhas operárias mais violentas do mundo, praticamente todas as manifestações de luta consciente de classe desapareceram.

Nesse processo, a burocracia sindical funcionou como cúmplice do governo e das corporações. Ela repudiou qualquer associação com a luta de classes, abraçou totalmente o programa de colaboração entre governo e corporação e aceitou a prioridade absoluta dos lucros sobre até mesmo a defesa mínima dos interesses dos trabalhadores.

Na prática real, estas organizações deixaram de ser sindicatos. Em 1937 Trotsky enumerava os critérios que determinavam o verdadeiro caráter social de uma organização que afirmava ser um sindicato.

O caráter de uma organização de trabalhadores, como um sindicato, é determinado por sua relação com a distribuição da renda nacional. O fato de Green [então presidente da Federação Americana do Trabalho] e cia defenderem a propriedade privada dos meios de produção defini-os como burgueses. Se estes senhores, além disso, defendessem a riqueza da burguesia dos ataques por parte dos trabalhadores; se eles conduzissem uma luta contra greves, contra o aumento dos salários, contra a ajuda aos desempregados; então teríamos uma organização de pelegos, e não um sindicato. [Um Estado Não Operário e Não Burguês]

Com base nos critérios enumerados por Trotsky – oposição a greves, ao aumento de salários e a qualquer ajuda aos desempregados – a AFL-CIO e suas organizações filiadas (como o UAW) não podem ser legitimamente descritas como sindicatos.

A globalização do capitalismo e o ressurgimento da luta da classe trabalhadora

Na história, existe algo como a retaliação. Por todos os crimes cometidos pelo capitalismo contra a classe trabalhadora nos últimos 40 anos, a classe dominante, no próprio processo de atacar a classe trabalhadora e enriquecer-se imensamente, comandou uma vasta expansão e integração do sistema capitalista de produção. O resultado mais significativo e revolucionário deste processo – impulsionado por avanços impressionantes na ciência e na tecnologia – é o crescimento maciço da classe trabalhadora global.

A classe capitalista nos Estados Unidos e internacionalmente tem sido capaz de explorar as etapas iniciais desse processo em seu benefício. A organização da produção em escala global permitiu aos capitalistas colocar os trabalhadores de diferentes países uns contra os outros. Confrontados com a estratégia e as táticas internacionais dos empregadores, os sindicatos existentes, baseados em uma perspectiva nacionalista desesperadamente ultrapassada, foram incapazes de desenvolver uma contraestratégia eficaz. Esse nacionalismo provinciano foi um fator ainda maior na impotência dos sindicatos do que a covardia pessoal e a corrupção dos burocratas sindicais.

Entretanto, por mais difícil, demorado e doloroso que seja o processo, a classe trabalhadora americana vem reconhecendo cada vez mais claramente que faz parte de uma força social global maciça, composta de bilhões de pessoas. Além disso, as tecnologias de comunicação que surgiram nas últimas décadas proporcionaram aos trabalhadores acesso a informações inestimáveis que lhes permitem enxergar através da desinformação e das mentiras descaradas de seus líderes traidores. Estas tecnologias colocaram à disposição dos trabalhadores novas e poderosas armas na organização e na promoção da luta de classes. Agora, os trabalhadores são capazes de entrar em contato uns com os outros e coordenar suas lutas não apenas em nível local, regional e nacional. Os trabalhadores podem estabelecer conexões, trocar informações e iniciar ações em escala global.

Os trabalhadores da Volvo em Dublin, na Virgínia, estão bem cientes do fato de que a corporação, com sede em Gothenburg, na Suécia, emprega quase 100.000 trabalhadores em unidades de produção localizadas em 18 países diferentes, abrangendo todos os continentes. Muitas destas instalações são interdependentes, exigindo um fluxo de produtos de uma fábrica para outra. Ao contrário das afirmações da burocracia de que a resistência às corporações é inútil, os trabalhadores percebem que seu poder potencial, se organizado e distribuído globalmente, é imenso.

Portanto, a questão crítica para os trabalhadores da Volvo, e para a classe trabalhadora como um todo, é a da perspectiva, do programa e da direção.

O Partido Socialista pela Igualdade e a luta pelos comitês de base

Em setores cada vez mais amplos da classe trabalhadora, há um repúdio cada vez maior, que beira o ódio, aos sindicatos existentes e aos burocratas que os dirigem. Os trabalhadores sabem que nenhuma luta contra as corporações pode ser bem-sucedida a menos que a direção das greves e o processo de tomada de decisões seja tirado do controle dos parasitas burocráticos que se dedicam a si próprios. Eles sabem que são obrigados a travar uma luta em duas frentes, tanto contra as corporações quanto contra seus agentes subornados no aparato dos sindicatos pró-corporativos.

Em resposta ao desenvolvimento objetivo da luta de classes e à militância crescente dos trabalhadores, o Partido Socialista pela Igualdade tem trabalhado pacientemente e persistentemente em fábricas e outros locais de trabalho em todo o país, entre as diversas categorias da classe trabalhadora – desde mineiros de carvão e trabalhadores autônomos até professores, motoristas de ônibus e funcionários administrativos – para ajudar os trabalhadores a estabelecer comitês de base, independentes e fora do controle da burocracia pró-corporativa.

O Partido Socialista pela Igualdade está conduzindo este trabalho com base em uma estratégia internacional.

É por essa razão que consideramos o estabelecimento da Aliança Operária Internacional de Comitês de Base (AOI-CB), uma iniciativa lançada pelo Comitê Internacional da Quarta Internacional (CIQI), como essencial para o desenvolvimento da luta de classes dentro dos Estados Unidos.

Os objetivos da AOI-CB foram descritos em uma declaração do CIQI publicada no World Socialist Web Site em 23 de abril de 2021:

A AOI-CB irá trabalhar para desenvolver a estrutura para novas formas de organizações de base independentes, democráticas e militantes de trabalhadores em fábricas, escolas e locais de trabalho em escala internacional. A classe trabalhadora está pronta para lutar. Mas está acorrentada por organizações burocráticas reacionárias que reprimem toda a expressão de resistência.

Ela será um meio pelo qual os trabalhadores do mundo inteiro poderão compartilhar informações e organizar uma luta em conjunto para exigir medidas de proteção, o fechamento de instalações inseguras e o da produção não essencial, e outras medidas de emergência que são necessárias para deter a propagação do vírus.

O CIQI está iniciando a formação desta aliança em escala global, que é a única maneira de combater a pandemia. A Aliança Operária Internacional de Comitês de Base, com a assistência política da Quarta Internacional e dos Partidos Socialistas pela Igualdade, lutará para unificar os trabalhadores em uma luta comum mundial, opondo-se a todos os esforços dos governos capitalistas e dos defensores reacionários das inúmeras formas de chauvinismo nacional, étnico e racial e das políticas de identidade para dividir a classe trabalhadora em frações em conflito.

Naturalmente, as condições enfrentadas pelos trabalhadores variam de região para região e de país para país, e isso pode afetar a escolha de táticas. Mas é inegavelmente verdade, em todos os países, que os sindicatos burocratizados existentes funcionam como uma força policial institucionalizada, determinada a proteger os interesses corporativos e financeiros das elites dominantes e de seus governos contra a crescente resistência popular.

Novos caminhos para a luta em massa devem ser criados. Há mais de 80 anos, em um ponto da história em que a degeneração das organizações sindicais existentes estava muito menos avançada que hoje, Leon Trotsky – o maior estrategista da revolução socialista mundial – escreveu que a tarefa da Quarta Internacional era “criar em todas as instâncias possíveis organizações militantes independentes que correspondam mais de perto às tarefas da luta de massas contra a sociedade burguesa, não hesitando mesmo diante de uma ruptura direta com o aparato conservador dos sindicatos”.

A luta para desenvolver a rede de comitês globalmente conectados não se limita às fábricas, escolas e locais de trabalho onde existem sindicatos. Na realidade, a esmagadora maioria dos atuais locais de trabalho não são sindicalizados. Esse fato da realidade social significa que os comitês de base surgirão como a forma inicial e única de organização prática em inúmeros locais de trabalho.

O desenvolvimento destes comitês inevitavelmente atrairá o apoio de seções mais amplas da classe trabalhadora, incluindo a juventude e os desempregados.

O ressurgimento da militância da classe trabalhadora está sendo impulsionado não apenas pelas condições que os trabalhadores enfrentam dentro de suas fábricas e locais de trabalho. Desde o início de 2020, toda a classe trabalhadora tem testemunhado o pesadelo da pandemia de COVID-19. Os trabalhadores têm sofrido com a doença e até mesmo com a morte de familiares, amigos e colegas de trabalho. Eles têm visto a incompetência e a insensibilidade do governo dos EUA, a recusa das autoridades eleitas de ambos os partidos políticos em tomar medidas eficazes para evitar a propagação da doença e salvar vidas, e o grotesco acúmulo de níveis obscenos de riqueza dentro de uma elite pequena e egoísta enquanto os trabalhadores comuns lutam para permanecer saudáveis e sobreviver.

Além disso, a pandemia fez os trabalhadores tomarem consciência das dimensões internacionais da crise e que a pandemia não será detida de forma definitiva e segura em um país a menos que seja erradicada em todos os países.

A classe trabalhadora americana não tem medo da revolução. Tampouco se opõe ao socialismo. Ela só precisa entender o que o socialismo oferece como solução e como pode ser realizado. Assim como a Primeira Guerra Mundial radicalizou uma geração anterior de trabalhadores e os levou ao socialismo, a pandemia, que intensificou a crise da sociedade contemporânea, tem convencido a classe trabalhadora da necessidade de buscar novas respostas para o evidente fracasso e a injustiça da sociedade capitalista.

Esse é o conteúdo essencial da nova onda de militância social, centrada na classe trabalhadora, que está varrendo os Estados Unidos.

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