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Miguel Nicolelis, renomado neurocientista brasileiro, denuncia reabertura das escolas e defende estratégia global para erradicar COVID-19

Dr. Miguel Nicolelis falando no TEDGlobal 2014, em 5-10 de outubro de 2014, Rio de Janeiro, Brasil. (Crédito: James Duncan Davidson/TED)

O World Socialist Web Site entrevistou o médico e neurocientista brasileiro, Miguel Nicolelis, na segunda-feira, 27 de setembro. O Dr. Nicolelis era até o meio deste ano professor titular do Departamento de Neurobiologia da Duke University, na Carolina do Norte, e é mundialmente reconhecido por suas pesquisas pioneiras sobre o cérebro.

No início da pandemia de COVID-19, Nicolelis se voluntariou para coordenar o Comitê Científico que aconselhou o Consórcio do Nordeste, formado por nove estados brasileiros governados pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e seus aliados. Ele abandonou esse posto em fevereiro deste ano, após seus alertas da iminência de uma segunda onda catastrófica da COVID-19 no Brasil terem sido sistematicamente ignorados por esses governadores ditos “progressistas”. Em consonância com o presidente fascistoide do Brasil, Jair Bolsonaro, eles insistiram numa política criminosa de reabertura das atividades econômicas que resultou em mortes massivas.

Ao longo dos últimos meses, Nicolelis deu numerosas entrevistas à imprensa brasileira e internacional esforçando-se para despertar a consciência popular para as graves ameaças colocadas pela manutenção do coronavírus em descontrole. Por essa atuação, Nicolelis está enfrentando assédio e ameaças, como contou ao WSWS.

WSWS: Gostaríamos de agradecer por ter aceitado nosso convite. Somos professores e integramos o Comitê de Base pela Educação Segura no Brasil (CBES-BR), que é uma iniciativa do World Socialist Web Site. Estamos lutando para estabelecer uma rede de comitês de base pelo mundo em defesa da erradicação global da pandemia de COVID-19.

O que aconteceu com a estratégia global de combate à pandemia? Como ela passou de algo tão evidente para os cientistas, médicos e agentes de saúde pública, para uma “utopia”? É aceitável exigir-se a convivência com um vírus tão infeccioso e letal?

Miguel Nicolelis: Eu tenho falado, desde o início da pandemia, que tentar combater um organismo coletivo como um vírus – cuja sobrevivência enquanto espécie depende de uma ação coletiva; não de uma partícula viral, mas da coordenação de um número explosivo de partículas – tentar combater um organismo coletivo através de atitudes individuais não tem a menor chance de dar certo.

Eu cunhei essa frase quando comecei a trabalhar no Comitê Científico do Nordeste, quando ainda era ingênuo o suficiente para achar que existiam políticos que iam acreditar na ciência e fazer o que tem que ser feito. Durou um ano essa minha ingenuidade. Em fevereiro deste ano eu “pedi o chapéu” porque percebi que estava trabalhando 20 horas por dia voluntariamente e ninguém mais queria ouvir falar na pandemia. Mesmo com a gente sabendo, desde novembro, quando demos o nosso primeiro grande aviso, que a segunda onda no Brasil seria explosiva por causa desses mesmos políticos que não quiseram adiar as eleições [para prefeitos, em outubro de 2020]. As campanhas eleitorais e as aberturas depois da primeira onda resultaram num efeito potencial, uma energia potencial viral, que explodiu em fevereiro e foi a maior tragédia da história brasileira.

Quando a política bate de frente com a biologia, a biologia ganha de goleada sempre. Nos poucos lugares, como a Nova Zelândia, onde o governo desde o início decretou que iria erradicar o vírus, conseguiu. Quando se adotou uma política comunitária, a vitória veio. Porque a ciência hoje está muito mais bem preparada do que estava, por exemplo, na pandemia de influenza, quando o pessoal nem sabia que era um vírus e não existia tecnologia suficiente para desenvolver vacinas tão rapidamente como agora.

Nos países que tentaram bater de frente, mesmo os grandes países como Estados Unidos e Inglaterra, foi uma catástrofe. A Inglaterra apostou na loucura do primeiro-ministro Boris Johnson e de dois cientistas – dois loucos na verdade – que convenceram que essa “imunidade de rebanho” era possível. Ela não é. E morreu gente na Inglaterra em uma proporção inacreditável per capita, se você considerar que o sistema de saúde deles é um dos melhores do mundo. Ou era, não é mais.

Nos Estados Unidos, a mesma coisa. E, agora podemos dizer, isso acontece com os republicanos e os democratas. Joe Biden foi lá e decretou “vitória”. O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) tirou as exigências de máscaras, uma decisão que foi talvez a maior catástrofe da história do CDC. E deu no que deu: já morreu mais gente nos Estados Unidos do que na pandemia de 1918.

No Brasil foi um salve-se quem puder. Na primeira onda, apesar da grande perda, conseguimos achatar a curva com isolamento social e alguns lockdowns regionais, principalmente no Nordeste onde, naquele momento, os governadores estavam tão apavorados que ouviram a gente. Mas depois que o calendário eleitoral foi resolvido, e era nisso que aparentemente eles estavam interessados, pararam. Porque na segunda onda eles não fizeram nada.

Em março e abril deste ano nós perdemos 190 mil pessoas mensalmente no Brasil por todas as causas. Antes da pandemia, a média mensal de mortes no país era de 90 a 100 mil. Ou seja, basicamente dobramos o número de óbitos mensais na segunda onda da pandemia. A segunda onda por si – aqueles 60 a 90 dias, que vão do começo de março ao fim de maio – vai entrar como a maior catástrofe da história do Brasil.

Coveiros colocam cruzes sobre cova coletiva após enterrarem cinco pessoas no Cemitério de Nossa Senhora de Aparecida em Manaus, Brasil. (Crédito: AP Photo/Felipe Dana)

O número de mortes no Brasil começou a cair em junho, mas foi para 165 mil e se manteve assim em julho. Caiu para 145 mil em agosto e só agora, em setembro, estamos tendo um respiro. Por quê? Quando há um mega pico, como tivemos em março e abril, ainda com a variante Gama, a variante fica sem pessoas suscetíveis. Mas, no final de maio, chega a variante Delta. Nos Estados Unidos, que é comparável ao Brasil em termos de território, a Delta levou três meses para explodir. E é exatamente o que está acontecendo no Brasil. Nós tivemos um pico da Gama; a Gama não tinha para onde correr, porque infectou um monte de gente; os casos caíram, mas agora essa tendência está se revertendo.

A subnotificação no Brasil começou a ficar absurda. Tivemos recentemente um dia com 150 mil casos, do nada. No dia seguinte, tivemos [um número negativo de] menos 2.000 casos, o que não faz o menor sentido. Organismos internacionais lançaram uma nota dizendo que não confiam no que está acontecendo com os dados aqui. Uma coisa que muito poucas pessoas estão reparando é no número de mortes. O número de casos começou a cair no Brasil, mas o número de mortes continua lá entre 600 e 800. Então, está se testando muito menos. Dados estão sendo represados.

O Brasil atingiu ontem 40% de vacinação com as duas doses. E quarenta porcento não vai segurar. O Reino Unido mostrou: se você está com 66% de vacinados, você terá 40 mil casos por dia, mas terá 200 mortes e hospitalizações diminuídas. Os EUA mostraram que com 55% de vacinados você terá, como eles tiveram na semana passada, 250 mil casos e 3.000 mortes novamente.

Meu maior temor é que a gente permita que a Delta exploda, e pode não ser tão grave quanto foi a segunda onda, mas nós teremos uma nova variante brasileira, uma Gama Plus, ou uma Delta Plus Brasil. Porque vamos ter 100 mil, 200 mil casos por dia. Esses 34 mil casos que estamos vendo, na minha opinião, estão de três a quatro vezes subnotificados. As mortes estão pelo menos 30% subnotificadas. Já temos provavelmente chegado a 800 mil mortes no Brasil desde o início a pandemia.

Mas, de repente, todo mundo embarcou nessa fantasia de que a pandemia acabou, ou está sob controle. Ela não está sob controle. Os próprios relatórios da Fiocruz são meio assustadores porque dizem que “está tudo melhorando”, mas aí mostram o mapa e a taxa de transmissão no país inteiro é, com raríssimas exceções, epidêmica. Então, respondendo à pergunta, parece haver um interesse mútuo dos gestores, das instituições que mandam na economia mundial – principalmente aqui, onde somos o terceiro tier do sistema financeiro mundial – e inclusive da mídia em dizer que a pandemia está sob controle ou acabando.

Mas tem variantes ocorrendo no resto do mundo, porque nós abandonamos uma estratégia global. Os Estados Unidos viraram um celeiro de variantes. Qualquer país que tenha acima de 100 mil casos por dia é um celeiro de mutações. Nós estamos ajudando o vírus a se preservar ao não termos uma proposta global como aquela da Nova Zelândia. E o que está por trás disso, é óbvio, são interesses econômicos e gestores que não estão preparados para o século XXI.

No Brasil, eu que sou conhecido como progressista, de esquerda, devo dizer que todo mundo foi reprovado na pandemia. Todas as tendências políticas brasileiras se comportaram de uma maneira abaixo do nível da mediocridade. Ninguém falou: “A pandemia é prioridade, manter as pessoas alimentadas e vivas é a nossa prioridade, esquece o resto”. E quando cientistas, como eu, por baixo tentamos falar para os caras, “olha, nós temos ideia do que fazer”, eles responderam: “Ah, não. Não dá para fazer lockdown no Brasil, os efeitos são muito ruins, os governadores não querem”.

WSWS: Você poderia falar sobre o estudo que recentemente publicou na Nature Scientific Reports?

MN: Foi um estudo feito com alguns colegas que estavam voluntariamente ajudando o Comitê Científico do Nordeste. Mas não foi feito dentro Comitê. Nós não recebemos apoio nenhum para fazer ciência. O comitê inglês rodava com um orçamento de um milhão de libras por dia. É o maior comitê científico do mundo no momento, o SAGE (Grupo de Aconselhamento Científico para Emergências). Nós rodávamos com zero! Pensa numa brincadeira dessas. Você está fazendo aconselhamento para nove estados que juntos são como o Reino Unido, em população e área.

Mas nesse estudo, nosso trabalho foi rastrear o espalhamento do vírus, como ele se deu. E nós ficamos chocados. Quando o vírus chegou aqui, no ano passado, São Paulo foi a maior cidade super-spreader do Brasil, e talvez do mundo. Nas primeiras três semanas de março de 2020, ela espalhou 85% dos casos. Porque São Paulo tem o maior aeroporto internacional do Brasil – era carnaval, chegou um monte de gente – e tem o maior hub rodoviário do país. Nós mapeamos o que a gente chamou de as “estradas da morte” do Brasil. E isolamos 21 estradas federais que foram responsáveis por 30% dos casos. É uma estatística incrível.

E depois fomos ver por que a distribuição de mortes pelo Brasil não era homogênea, mas completamente viciada para o litoral brasileiro. Nós achamos uma correlação explosiva com a distribuição dos leitos de UTI, que é totalmente centralizada nas grandes cidades no Brasil. A distribuição das mortes e leitos de UTI coincide em uma correlação acima de 90%, mostrando que, apesar de tudo, a desigualdade de recursos médicos de alta complexidade pelo país matou um monte de gente. Porque muitos chegaram na capital já morrendo, ou em vias de morrer.

WSWS: Seria possível fazer uma analogia entre o que aconteceu com São Paulo, como centro propagador da pandemia para o Brasil, com as escolas? As escolas como sendo espalhadores, vetores?

MN: Seria muito interessante fazer um outro estudo usando escolas de diferentes estados, a mesma análise que fizemos para aeroportos e hubs rodoviários. Porque eu tenho quase certeza de que vamos encontrar escolas, ou sistemas escolares estaduais, super-spreaders.

Eu usei o seguinte argumento no começo do Comitê Científico do Nordeste, que ajudou demais. Na Coreia do Sul, que foi o país que melhor rastreou casos no mundo, eles mostraram que uma excursão de escola primária, com cerca de 50 alunos, foi o maior evento super-spreader do país naquele período. Elas foram para a praia, ficaram lá oito horas, e duas horas circulando num ônibus fechado com uma criança transmitindo assintomaticamente. Professores, funcionários, famílias – tiveram que fechar tudo.

O sul dos Estados Unidos está tendo recordes de internação em UTIs pediátricas. Os EUA nunca viram nada igual. Texas, Flórida, Alabama, Louisiana, Mississipi, Missouri, todos estão tendo UTIs pediátricas com lotação completa. E mais do que isso, estão detectando casos de COVID crônica em crianças. O que mostra que, como eu disse lá atrás, esse é um vírus para não se pegar.

Não é porque 90% das pessoas vão ser assintomáticas na primeira infecção que tudo bem pegar o vírus. Não, porque 20 a 30 porcento das pessoas que nem sabem que tiveram COVID, pois não tiveram sintomas, vão ter COVID crônica. E a COVID crônica ataca qualquer órgão do corpo: sistema nervoso, coração, pulmão, pâncreas, intestino, glândulas. Nós estamos vendo casos de diabetes por COVID crônica. É uma coisa assustadora. Ataca as células do pâncreas.

Então, quando você fala de escolas abrirem com professores ainda não vacinados, com crianças que não estão nem perto de receber a primeira dose da vacina, é o método Coliseu novamente. Você joga no Coliseu e vê quem os leões comem e quem os leões deixam passar.

WSWS: Parte dos sintomas da COVID crônica são neurológicos. Há estudos, por exemplo, que dizem haver uma perda significativa de QI e da massa cinzenta em pessoas que tiveram COVID-19. Você pode falar sobre isso como neurocientista?

MN: Eu vi isso muito cedo porque, evidentemente, neurologia é minha área. Meus colegas nos Estados Unidos disseram, “nós jogamos o coronavírus em cultura de neurônios e foi devastador”. E não é só isso, os vasos sanguíneos do cérebro, capilares cerebrais são atacados da mesma maneira que os capilares do coração ou do pulmão. Porque é uma doença vascular, não é um vírus respiratório típico. Ele é realmente uma bomba biológica.

As pessoas falam sobre perda do paladar, cheiro. Mas também tem lesões auditivas, lesões visuais, muitos derrames. E começou a ter distúrbios psiquiátricos, pessoas entrando em delírio, o que mostra um grau de lesão neurológica importante. No começo da primeira onda, teve várias pessoas que se suicidaram pulando de janelas de hospitais. Na Bahia, em Salvador, teve pelo menos três casos de pacientes que acordaram num delírio e simplesmente pularam pela janela. Então, a questão neurológica é gravíssima. E ainda mais quando a gente fala em adolescentes e crianças, que estão ainda numa fase de desenvolvimento neurológico.

WSWS: Seria concebível apostar em que esses danos não sejam permanentes e deixar crianças se contaminarem?

MN: Não dá para apostar. Porque tem gente, por exemplo, que teve COVID no ano passado e ainda não recuperou o senso de gosto e olfato. Os relatos de derrames são bem assustadores; são lesões vasculares disseminadas. É o que acontece no pulmão – onde começamos a descobrir isso – mas agora se sabe que acontece em todos os órgãos do corpo.

Sem saber o que é essa COVID crônica, porque teremos que esperar anos para ver as consequências, não pode abrir escolas. E tivemos alguns pediatras vindo ao nosso comitê, no ano passado, dizendo, “mas as crianças estão tendo sofrimento cognitivo”. Meu argumento foi de que é evidente que estão, a socialização é fundamental no desenvolvimento cognitivo da infância. Mas, entre isso e morrer de COVID, ou ter um distúrbio pelo resto da vida, eu deixaria todos meus filhos em casa. Eu tenho três, já são grandes, mas se fossem crianças não iriam para escola de jeito nenhum.

O distúrbio cognitivo nessa idade se recupera, dá tempo. A plasticidade cerebral permite que você recupere, porque eles têm muita plasticidade cerebral nessa idade. Assumindo que as crianças já falam – o período crítico de fala é mais cedo, mas isso acontece na família principalmente – dá para recuperar. Então, isso de dizer que temos que abrir escolas porque as crianças precisam socializar... Se o preço a ser pago é ter um filho que vai ter um distúrbio cognitivo, um distúrbio neurológico, um distúrbio de inteligência para o resto da vida, não. Não é um preço aceitável. E esse debate nunca foi feito aqui no Brasil.

WSWS: O que você falou em relação aos gestores político não se limita, evidentemente, a eles. Sindicatos, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), assinaram um documento dizendo que em certos casos “as consequências nocivas das medidas de controle da pandemia (incluindo o fechamento das escolas) superam os riscos diretos decorrentes da coronavirose”. Ao fundarmos nosso comitê de base, defendemos que o avanço do movimento dos trabalhadores depende da sua conexão com a ciência e da sua articulação em nível mundial.

MN: Eu tenho uma visão política muito peculiar. O mundo perdeu a noção de que os problemas enfrentados pela nossa espécie são globais, é o nosso planeta que está em crise. Essa visão provinciana de defender as agendas políticas dos Estados nacionais; se você se projeta no futuro, o único caminho a que isso leva é à nossa extinção e provavelmente do planeta. Nós temos problemas com os quais não é mais possível lidar a nível regional ou nacional. A China mudar a distribuição das termelétricas de carvão afeta o Uruguai. Um vírus aparecer na África afeta o mundo.

Eu pensava que o Brasil precisava ser refundado do ponto de vista político-institucional. Mas na realidade, não é o Brasil que precisa ser refundado, é o planeta. Essa pandemia mostrou que não temos governança global capaz de combater nossos graves problemas existenciais. Se continuarmos com o Brasil tendo uma política, os Estados Unidos outra, e a Inglaterra outra, em relação a aquecimento global, vacinas etc., nós estamos roubados.

Do ponto de vista político, o mundo tem que ter uma discussão completamente diferente. E essa campanha, esse grassroot movement (movimento de base) da educação na Inglaterra que eu vi no Twitter [a greve dos pais de 1º de outubro] é um dos exemplos do que tem que ser feito. Nós temos que simplesmente ultrapassar esses caras e criar mecanismos de comunicação planetários globais, através dos quais a gente exija que certas coisas sejam feitas, porque se não houver essa coordenação global não sobra ninguém aqui.

Até recentemente dava para suportar essa situação, mas não dá mais. O Brasil, que tem a maior reserva de aquíferos subterrâneos de água doce do planeta, está ficando sem água. A China está sem água; a Califórnia está sem água. Está chegando no limite. E quando você tem temperaturas mais altas, pouca água e todos os problemas que nós estamos discutindo, você tem viroses. Não vai ter uma pandemia só, mas múltiplas pandemias em paralelo. Porque ao aumentar a temperatura em 1°C, aumenta a chance de um vírus pular de um hospedeiro intermediário para nós.

E só de baixo para cima nós vamos mudar essa situação. Porque as mães vão entender que os filhos delas não podem morrer, ou não podem ter uma sequela para o resto da vida porque tem um babaca que quer abrir as escolas. Essa nova política global vai vir de baixo para cima porque as pessoas vão ver que não estamos deixando nada para os nossos filhos e netos.

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