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SGP realiza evento de lançamento da campanha para a eleição de Berlim

Publicado originalmente em 6 de janeiro de 2023

Na segunda-feira, o Sozialistische Gleichheitspartei (SGP – Partido Socialista pela Igualdade) realizou seu evento de lançamento da campanha para a eleição estadual de Berlim deste ano. Nele, dirigentes explicaram os princípios, o programa socialista e os fundamentos históricos do SGP. O SGP está transformando a eleição de Berlim em um referendo contra as políticas governamentais de guerra amplamente odiadas e a devastação social sendo impiedosamente aplicada em nível federal e estadual.

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O presidente do SGP e seu principal candidato, Christoph Vandreier, enfatizou que o partido usará sua campanha eleitoral para avançar a construção de um movimento internacional de massas da juventude e da classe trabalhadora contra a guerra e o capitalismo. Os membros e apoiadores do SGP colocarão milhares de cartazes eleitorais em Berlim nas próximas semanas, convidarão pessoas para os encontros semanais de seus candidatos, participarão de milhares de discussões com os trabalhadores e realizarão vários atos públicos.

Em meio à pandemia de COVID-19 e enfrentando a ameaça de uma Terceira Guerra Mundial, disse ele, a urgência da tarefa é muito clara. Vandreier enfatizou que todas os partidos, exceto o SGP, apoiaram a política de imunidade de rebanho, permitindo que o vírus se propagasse livremente, bem como a guerra por procuração da OTAN na Ucrânia. Além disso, o SGP foi o único partido que saudou a reedição das eleições estaduais de Berlim: “O SPD, os Verdes e o Partido A Esquerda, que criaram um desastre social aqui e apoiam a política de guerra sem reservas, temem as eleições como o diabo teme a água benta”.

Vandreier falou então em detalhes sobre o rearmamento sem precedentes das Bundeswehr (Forças Armadas), o envio de armas ao regime de Kiev e as medidas de austeridade e políticas de cortes dos partidos no governo. A política de guerra dos governos federal e estaduais, explicou ele, foi acompanhada de enormes ataques aos salários e benefícios sociais, de uma enorme falsificação da história e do crescimento da extrema direita. “Especialmente aqui em Berlim, todos sabem para onde esta política leva. Ela começa com a propaganda de guerra e o rearmamento, e termina em desastre.”

Em seus discursos apresentando as perspectivas do SGP, tanto Vandreier quanto Ulrich Rippert, presidente do partido de longa data, abordaram de forma abrangente as lições da história. Rippert explicou que, durante a Primeira Guerra Mundial, os socialistas revolucionários Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo haviam insistido que “a luta contra a guerra requer uma luta contra o capitalismo, porque a economia de lucro capitalista é a causa e a fonte da guerra”. Por isso, disse Rippert, Liebknecht “construiu um movimento internacional de trabalhadores contra a guerra e o capitalismo antes de ser brutalmente assassinado – exatamente como Rosa Luxemburgo – em um ato covarde de um governo socialdemocrata”.

Como Vandreier explicou, a ascensão de Hitler ao poder há 90 anos “não foi o resultado de uma vitória eleitoral, muito menos da decisão da maioria da população, mas o resultado de uma conspiração dos principais representantes do capital, das Reichswehr [Forças Armadas] e de todos os partidos burgueses. Os nacional-socialistas [nazistas] serviram às elites alemãs para esmagar as poderosas organizações operárias e, através de seu terror, criar as condições para a Segunda Guerra Mundial. Com sua política de guerra hoje, a classe dominante na Alemanha, em meio à crise mais profunda do capitalismo, está mais uma vez voltando aos objetivos de guerra do Império do Kaiser e dos nazistas.

Vandreier enfatizou que a disputa pelo poder mundial, que era incompatível com os métodos democráticos, foi a causa do perigo crescente do fascismo e da ditadura e foi a base da conspiração de direita no aparato de Estado. Mas ao contrário dos anos 1930, “hoje, os governantes não têm um movimento fascista de massa recrutado de milhões de pequeno-burgueses lúmpen e veteranos da Primeira Guerra Mundial”, disse Vandreier.

Em sua contribuição, Gregor Link, porta-voz da Juventude e Estudantes Internacionais pela Igualdade Social (JEIIS), apontou como eram principalmente os partidos nominalmente “de esquerda” – Social Democrata (SPD), Partido A Esquerda e os Verdes – que estavam promovendo as políticas de guerra e austeridade. “Todos os partidos da Câmara dos Deputados de Berlim (legislatura estadual) apoiam a guerra na Ucrânia e a busca das elites alemãs pelo poder mundial. O SGP é o único partido que está concorrendo nas eleições com um programa contra a guerra e que liga a luta contra a guerra à luta contra sua raiz, o capitalismo”, explicou Link. A JEIIS “fará tudo o que estiver ao seu alcance para apoiar a campanha do SGP”.

Apontando para o forte apoio que o trabalhador socialista Will Lehman recebeu na eleição para presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Automotiva (UAW) nos EUA, Vandreier e Rippert enfatizaram que um crescente movimento internacional contra o capitalismo está se desenvolvendo na classe trabalhadora. “Os trabalhadores são mais fortes do que o aparato sindical, as corporações e os governos”, declarou Vandreier. “Eles produzem toda a riqueza da sociedade e a mantêm sob as condições mais difíceis. Eles são a única força social capaz de evitar uma guerra mundial. Mas eles precisam do seu próprio partido para isso.”

Rippert concluiu seu discurso afirmando: “A força mais importante de um partido é demonstrada por sua capacidade de fornecer uma avaliação correta e uma perspectiva de futuro durante grandes convulsões sociais e pontos de inflexão históricos”. Como a seção alemã do Comitê Internacional da Quarta Internacional, o SGP se mantém na tradição marxista de August Bebel, Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, da Revolução de Outubro liderada por Lenin e Trotsky, e da Oposição de Esquerda ao stalinismo, disse Rippert.

O evento foi concluído com um forte apelo para construir o SGP e seus partidos irmãos internacionais como partidos de massa da classe trabalhadora: “Se formos eleitos para a Câmara dos Deputados”, disse Rippert, “a usaremos como tribuna na luta contra a guerra e a exploração capitalista. Exporemos a conspiração de guerra e mostraremos como o Senado (executivo estadual) aplica as políticas de guerra do governo federal. E mobilizaremos a classe trabalhadora contra elas.”

Cartaz eleitoral do SGP em Berlim

Após o evento, repórteres do World Socialist Web Site conversaram com os trabalhadores sobre a importância da campanha eleitoral do SGP. Vitaly, que nasceu na União Soviética, veio do Cazaquistão para a Alemanha em 1996 e agora trabalha em Berlim como educador, pretende votar no SGP. Ele acredita que “tudo estava certo nas contribuições do programa” e tem “medo de uma Terceira Guerra Mundial”.

Não é “tão simples quanto é retratado na mídia. A propaganda existe em todos os países – na Rússia, na Ucrânia, mas especialmente nos países ocidentais. Em vez de dizer a verdade, as pessoas procuram uma ovelha negra para culpar.” Ele disse que se opõe às sanções contra a Rússia e pensa que elas “prejudicarão as pessoas em todo o mundo”.

A história está “se repetindo como uma espiral”, advertiu Vitaly. “Tudo o que está acontecendo agora faz lembrar a história anterior. As pessoas não devem morrer; as pessoas não devem apoiar a guerra. Mas é exatamente isso que os governos ocidentais estão conseguindo fazer”. O pior de tudo, disse ele, é que “o governo alemão está fazendo da Ucrânia uma zona de guerra. Os oligarcas lucram com a guerra e a pandemia e ficam cada vez mais ricos – enquanto a classe trabalhadora paga por elas.”

“O SGP deve ter representante no parlamento”, continuou ele. “Vou enviar suas declarações aos meus amigos para mostrar-lhes o quanto o governo na Alemanha é corrupto. As propostas de vocês devem ser examinadas e discutidas por todos. Vocês têm meu apoio.”

Frank, que trabalha como enfermeiro em Renânia do Norte-Vestefália, disse: “Eu com certeza votaria no SGP se eu morasse em Berlim. Não há outra escolha se você for contra a guerra e a favor da igualdade social.”

O SGP oferece “um ponto de vista independente sobre questões políticas atuais, que não é influenciado pela propaganda de guerra: uma percepção objetiva sobre os acontecimentos atuais, do ponto de vista das pessoas trabalhadoras, que trabalham para sobreviver todos os dias. Os trabalhadores são melhor representados por pessoas que têm seus interesses em mente, não os interesses dos empregadores e dos exploradores. E é isso que o SGP faz, concentra seu trabalho completamente nos interesses da classe trabalhadora, sempre levando em conta os eventos históricos dos últimos cem anos.”

O SGP, disse ele, é “o único partido na Alemanha que luta contra as guerras imperialistas, se levanta contra a exploração e defende a igualdade social de todas as pessoas, independentemente de seu país natal”. É também, disse ele, o único partido que, na pandemia do coronavírus, “defende uma estratégia para proteger a população desta epidemia – não só de doenças graves, mas também das consequências a longo prazo da infecção. Peço a todos que puderem que votem no SGP.”

Para mais informações sobre a campanha eleitoral do SGP, visite: https://www.gleichheit.de/

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