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Inverno nuclear – a realidade há muito tempo suprimida da guerra nuclear

Uma entrevista com o cientista e ativista antinuclear Steven Starr

Esta entrevista foi publicada originalmenteem janeiro de 2017 durante uma escalada do cerco dos EUA e da OTAN contra a Rússia. Logo após a invasão russa da Ucrânia, em março deste ano, o WSWS republicou esta entrevista para alertar sobre as consequências climáticas devastadoras do uso de armas atômicas, que poderia afetar a produção agrícola a ponto de bilhões morrerem de fome e até extinguir a vida humana.

“Não sei com que armas será travada a Terceira Guerra Mundial, mas a Quarta Guerra Mundial será travada com paus e pedras.” – Frase atribuída a Albert Einstein

Por mais de três décadas, o establishment político e a mídia corporativa dos Estados Unidos têm realizado uma campanha coordenada para encobrir os perigos de uma guerra nuclear. Enquanto seções significativas do governo dos EUA estão se preparando para uma guerra com a Rússia, elas têm rejeitado mais de 30 anos de trabalhos científicos revisados pelos pares mostrando que uma guerra nuclear ameaça extinguir a humanidade. Elas adotaram a política de que um primeiro ataque nuclear contra a Rússia poderia ser “bem-sucedido” e que os perigos representados por múltiplas explosões atômicas ou termonucleares – o chamado inverno nuclear – foram “refutados”.

Essa perspectiva se reflete na mídia. Em 1987, a National Review descreveu o inverno nuclear como uma “fraude”. Em 1990, o New York Times se referiu à ciência do inverno nuclear como “descartada”. Em 2000, a revista Discover incluiu o inverno nuclear em sua lista dos “Vinte Maiores Erros Científicos da História”. Desde então, o perigo do inverno nuclear tem sido amplamente ignorado e os cientistas que têm trabalhado com essa teoria têm sido marginalizados.

Um dos cientistas que tem exposto ao público em geral as consequências devastadoras e a impossibilidade de qualquer país sair “vitorioso” de uma guerra nuclear é Steven Starr, cientista sênior da organização americana “Physicians for Social Responsibility” e responsável pelo site Nuclear Famine. Starr está envolvido na pesquisa dos efeitos climáticos de uma guerra nuclear desde 2001.

A ameaça de uma guerra nuclear é agora maior do que em qualquer outro momento da história, com o presidente americano Joe Biden recentemente alertando para a possibilidade de um “Armagedom nuclear”. A contínua expansão da OTAN para o leste após a dissolução da União Soviética em 1991 culminou na invasão da Ucrânia pela Rússia, que pode levar a um confronto direto entre as duas maiores potências nucleares do mundo, com consequências incalculáveis.

Em meio à guerra na Ucrânia, a pandemia do coronavírus continua implacável. De acordo com estimativas a partir do excesso de mortes, mais de 20 milhões de pessoas morreram direta ou indiretamente de COVID-19 nos últimos dois anos. Uma guerra nuclear aumentaria essa escala de morte de milhões para bilhões.

A pandemia – que equivale a um crime social de dimensões assombrosas – provou mais uma vez a disposição das elites dominantes capitalistas de sacrificar a vida de milhões de pessoas, como ocorreu na Primeira e na Segunda Guerra Mundial. As mesmas elites dominantes são inteiramente capazes de iniciar uma guerra nuclear, que poderia rapidamente extinguir toda a vida humana e potencialmente toda a vida na Terra.

A conclusão fundamental que deve ser tirada do atual impulso para a Terceira Guerra Mundial e a pandemia em curso é que o capitalismo é um sistema social falido que ameaça a saúde e a própria existência da humanidade. A classe trabalhadora internacional deve lutar para derrubar o capitalismo mundial e construir uma nova sociedade sobre bases socialistas, baseada no desarmamento nuclear e militar, na igualdade social e no planejamento científico.

Todos os trabalhadores conscientes dos perigos atuais e da necessidade de construir um movimento revolucionário para acabar tanto com o impulso à guerra quanto com a pandemia devem tomar a decisão de se juntar e construir o Comitê Internacional da Quarta Internacional (CIQI) como o partido mundial da revolução socialista.

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Bryan Dyne: Em primeiro lugar, você pode nos dizer algo sobre sua trajetória e como acabou se envolvendo em denunciar todas as consequências de uma guerra nuclear?

Steven Starr: Estou fixado em guerra nuclear desde a crise dos mísseis de Cuba, quando estava na terceira série. Lembro-me dos professores ao redor de um pequeno aparelho de TV preto e branco e nos dizendo para não olhar para o flash e nos sentarmos contra paredes internas. Todos os exercícios para se proteger dos efeitos de uma explosão nuclear foram marcantes para mim.

Mais tarde, me deparei com o livro de Carl Sagan “A Path Where No Man Thought: Nuclear Winter and the End of the Arms Race” (“Um Caminho Onde Nenhum Homem Pensou: Inverno Nuclear e o Fim da Corrida Armamentista”), publicado em 1990. Nele, Sagan fala sobre a pesquisa atmosférica que foi feita na década de 1980 que mostra as consequências climáticas e ambientais de uma guerra nuclear. Sagan e quatro outros cientistas da NASA analisaram os dados coletados sobre as tempestades de areia em Marte e, especificamente, estavam analisando a diferença da temperatura da superfície marciana quando havia uma tempestade de areia e quando não havia. Então eles se perguntaram: “O que poderia causar algo semelhante na Terra?” As respostas que eles encontraram foram erupções vulcânicas ou uma guerra nuclear.

Isso me fez perceber o quão perigosos realmente eram os arsenais nucleares dos EUA e da Rússia. Mesmo com os modelos atmosféricos simples da década de 1980, ficou claro que as enormes tempestades de fogo criadas por uma guerra nuclear produziriam fumaça e fuligem suficientes para impedir que a maior parte da luz solar atingisse a superfície da Terra. A pesquisa original sobre o inverno nuclear previu que uma guerra travada com os arsenais nucleares da década de 1980 criaria temperaturas menores do que aquelas do auge da última Era Glacial, 18.000 anos atrás. Isso deixaria a Terra praticamente inabitável. A pesquisa recente descobriu que os estudos originais na verdade subestimaram as consequências de uma guerra nuclear.

Esses estudos revisados pelos pares feitos em 2007 preveem que mesmo uma guerra entre a Índia e o Paquistão, na qual um total de 100 bombas atômicas seriam detonadas, produziria fuligem e fumaça suficientes para criar as menores temperaturas nos últimos 1.000 anos. Isso reduziria significativamente a produção de arroz, milho e grãos por vários anos, e as últimas estimativas de especialistas preveem que até 2 bilhões de pessoas morreriam de fome.

Essa pesquisa recente também mostrou como a fumaça quente na estratosfera produziria perdas de 20% a 50% de ozônio em áreas povoadas no hemisfério norte. Um indivíduo de pele clara exposto ao sol do meio-dia do verão poderia sofrer uma queimadura solar dolorosa em menos de seis minutos. E prevê-se que uma guerra travada com os arsenais nucleares dos EUA e da Rússia torne a agricultura impossível por uma década ou mais, condenando a maioria das pessoas a morrer de fome nuclear.

A partir do final da década de 1990, comecei a me perguntar por que mais pesquisas não estavam sendo feitas sobre esse tópico, especialmente depois de os arsenais nucleares terem sofrido alterações significativas e os modelos climáticos terem sido aperfeiçoados desde que o primeiro estudo foi feito em 1983. Esses modelos permitiram estudar o impacto de uma guerra nuclear, não apenas os efeitos da detonação de uma única arma. O que descobri foi que houve uma tentativa ativa de suprimir essa pesquisa e isso foi feito de várias maneiras.

Primeiro foi um estudo publicado pelo Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica em 1986 por Starley Thompson e Stephen Schneider, que afirmava que os estudos originais sobre o inverno nuclear superestimaram a quantidade de fuligem que seria lançada na atmosfera superior. Starley e Schneider usaram um modelo primitivo (que foi rodado por 20 dias) para afirmar incorretamente que apenas 50% da fumaça gerada pelas explosões nucleares chegaria à estratosfera e que o restante seria eliminado pela chuva. O termo “outono nuclear” passou a ser utilizado a partir desse estudo não revisado pelos pares e foi usado para menosprezar o trabalho anterior.

A história do “outono nuclear” foi publicada pela Foreign Affairs e, em seguida, se espalhou para uma série de veículos de imprensa, incluindo National Review, Wall Street Journal, revista Time e New York Times. Em 2000, a revista Discover incluiu o inverno nuclear em sua lista dos “Vinte Maiores Erros Científicos da História”.

Após o sucesso da campanha de difamação contra o inverno nuclear, a maioria das pessoas acabou aceitando essa narrativa e o financiamento para novas pesquisas acabou. Isso teve um grande impacto no público, que teve a impressão de que a teoria do inverno nuclear havia sido refutada. Como resultado, esse assunto quase nunca é falado agora na grande mídia.

BD: Você acha que houve pressões políticas envolvidas na transformação do “inverno nuclear” em outono nuclear?

SS: Definitivamente houve muita reação de vários setores industriais e militares contra a primeira pesquisa sobre o inverno nuclear. Os cientistas foram chamados de “fraudes” e a pesquisa rotulada de “má ciência”. Uma das razões para isso é que, ao longo dos anos, trilhões de dólares foram gastos em armas nucleares. Se as conclusões da pesquisa do inverno nuclear – que a guerra nuclear é suicídio para toda a população e todos os países – tivessem obtido ampla aceitação e compreensão, é provável que toda a indústria de armas nucleares tivesse sido fechada.

Os cientistas foram pressionados a interromper a pesquisa relacionada ao inverno nuclear porque o financiamento para tal pesquisa foi cortado. Eles deveriam ter recebido o prêmio máximo por conscientizar as pessoas sobre esses perigos, mas foram perseguidos. Acabar com o financiamento é uma maneira muito eficaz de silenciar a comunidade científica.

Isso não funcionou como esperado. Sagan, por exemplo, continuou a dar entrevistas e palestras sobre o tema, e muitos cientistas continuaram interessados e preocupados. Minhas primeiras tentativas em 2001 para encontrar financiamento para novos projetos de pesquisa sobre o inverno nuclear foram malsucedidas em grande parte porque a maioria das pessoas que entrei em contato, incluindo ativistas anti-armas nucleares, acreditava que o inverno nuclear havia sido cientificamente desacreditado. Quando Brian Toon, Alan Robock, Mike Mills e outros cientistas finalmente conseguiram realizar a pesquisa mais recente (a partir de 2007), ela foi principalmente autofinanciada usando os recursos de seus laboratórios. Eles tentaram obter financiamento da Academia Nacional de Ciências para um trabalho seguinte mais detalhado sobre os muitos efeitos catastróficos do inverno nuclear, mas não tiveram sucesso.

Mesmo assim, a ciência de seus estudos recentes foi revisada pelos pares e sobreviveu a todas as críticas da comunidade científica global – é considerada uma ciência de ponta. Além disso, os cientistas foram essencialmente bastante conservadores em suas estimativas e previsões. Por exemplo, suas descobertas indicaram que 7 milhões de toneladas de fumaça chegariam à estratosfera após uma guerra com 100 bombas atômicas entre Índia e Paquistão, mas os cientistas usaram 5 milhões de toneladas para estimar seus efeitos. Da mesma forma, para seus dois modelos de guerra nuclear entre os EUA e a Rússia, a maior arma que usaram em seus cálculos foi uma bomba de 100 quilotons, quando na realidade a maioria das armas russas são de 800 quilotons, e muitas armas dos EUA são de 300 e 475 quilotons. O uso desses números mais conservadores reduziu os prováveis efeitos térmicos e as quantidades correspondentes de fumaça liberadas por suas guerras hipotéticas.

BD: Então, o que os políticos e generais acham que acontecerá se houver uma guerra nuclear entre os EUA e a Rússia? Eles se dão conta dos perigos ambientais dessa guerra?

SS: É difícil obter uma resposta de qualquer autoridade eleita importante. Eles sempre estão rodeados por conselheiros, o que torna difícil você dar a eles algo para ler. No entanto, meu amigo Greg Mello, secretário e diretor-executivo do Grupo de Estudos de Los Alamos, uma vez conseguiu colocar a questão do inverno nuclear ao Conselho de Armas Nucleares dos EUA. Este grupo inclui o chefe do Comando Estratégico dos EUA e é quem elabora a política dos EUA sobre armas nucleares. A atitude deles foi essencialmente: “Não acreditamos no inverno nuclear”. Seu foco é parar o “terrorismo nuclear” e outros cenários que envolvem apenas uma única arma nuclear.

Isso não faz sentido. Os Estados Unidos e a Rússia têm, cada um, cerca de 1.000 do que chamo de armas nucleares “prontas para lançamento”. Nos EUA, isso significa que os motores de combustível sólido dos mísseis balísticos intercontinentais ficam funcionando 24 horas por dia, aguardando a ordem de lançamento. Leva apenas alguns minutos para o presidente abrir a maleta nuclear, que o acompanha em todos os momentos, e dar a ordem para disparar essas armas. Uma pasta semelhante também acompanha o presidente Putin.

Essas armas prontas para lançamento são inerentemente perigosas. Elas devem agir como meios de dissuasão, mas pense sobre o que dissuasão realmente significa. Ela baseia-se na ideia de ser inaceitável retaliar alguém. Se você nos atacar, nós o destruiremos. Mas a dissuasão clássica não diz que você precisa lançar suas armas em 15 minutos ou menos, apenas diz que você precisa em algum momento ser capaz de lançá-las. Existe um curto período de tempo que pode fazer os militares decidirem lançar suas armas em função do alerta de ataque, antes do ataque chegar.

Em outras palavras, as armas nucleares prontas para lançamento são essencialmente armas preventivas. Se os sistemas de alerta precoce dos EUA detectarem o lançamento de um míssil, o presidente pode ordenar o lançamento de um ataque nuclear de retaliação antes de as ogivas nucleares atingirem os sistemas de comunicação e as armas. Claro, se isso é um falso alerta de ataque, então o ataque “retaliatório” se torna o primeiro ataque e uma guerra nuclear se inicia.

Além disso, se alguém lançou um ataque nuclear contra os silos em que suas armas nucleares estão alojadas, você não retalia visando seus silos vazios. Você ataca as cidades onde elas estão. Apenas a Rússia tem cerca de 230 cidades com população superior a 100.000 habitantes e os EUA têm 312. Portanto, não é tão difícil eliminar algumas centenas de cidades em um ataque inicial.

Por muitos anos, todo o diálogo global sobre armas nucleares se concentrou principalmente no possível uso de uma única arma nuclear por terroristas. Isso se encaixa na narrativa oficial sobre terrorismo, mas ignora o perigo existencial representado por uma guerra nuclear travada com os arsenais nucleares dos EUA e da Rússia.

Há outro problema em focar apenas em uma única arma nuclear. Digamos que as forças da OTAN ou polonesas ataquem Kaliningrado, um enclave importante, mas isolado para a marinha russa. A Rússia não tem forças convencionais para impedir tal ataque; usaria armas nucleares para evitar a perda de Kaliningrado? Uma vez que uma guerra entre os EUA/OTAN e a Rússia começa, como ela termina – qual lado admitirá a derrota? Uma vez que as armas nucleares são usadas, o que impede que mais sejam usadas?

Os estrategistas costumam dizer: “Ah, bem, a Rússia vai recuar”. E se eles não fizerem isso? E por que eles recuariam dentro de sua própria fronteira? Qualquer conflito militar direto entre os EUA/OTAN e a Rússia provavelmente levará a uma guerra nuclear em grande escala.

BD: Você menciona em um de seus artigos que os EUA são “sonâmbulos em direção à guerra nuclear”. Isso é sonambulismo ou uma política deliberada?

SS: Essa é uma pergunta legítima. Concordo com você. Dizer que os EUA são “sonâmbulos” foi a maneira mais educada que eu encontrei.

Para dar um exemplo, a Foreign Affairs publicou um artigo em 2006 escrito por Keir Lieber e Daryl Press chamado “The Rise of Nuclear Primacy”. Ele era muito inquietante, e basicamente alegava que os sistemas de armas nos EUA chegaram ao ponto em que poderiam realizar um primeiro ataque contra a Rússia e a Rússia perderia qualquer capacidade de retaliação. A primazia nuclear transmitia a ideia de que os EUA poderiam “ganhar” uma guerra nuclear contra a Rússia se os EUA atacassem primeiro – apesar de Lieber e Press não levarem em conta as consequências ambientais de tal primeiro ataque. Robock e Toon nos dizem que a fome nuclear resultante de tal primeiro ataque nuclear mataria os habitantes do lado que “ganhou” a guerra.

A Rússia também teme que a Defesa contra Mísseis Balísticos (DMB) dos EUA/OTAN, que foi implantada no mar e em terra ao redor da Rússia, possa ser usada como parte de um primeiro ataque dos EUA. Isso porque a Rússia considera que o DMB tem capacidades ofensivas, que poderia ser usado como um sistema para eliminar quaisquer mísseis russos que não tiverem sido destruídos em um primeiro ataque nuclear.

Isso pode levar a Rússia a atacar os lugares onde foram instalados sistemas de Defesa contra Mísseis Balísticos dos EUA/OTAN na Europa do Leste, incluindo o sistema em operação na Romênia e o que está sendo construído na Polônia. A Rússia também vê uma ameaça especial dessas instalações porque elas também podem ser usadas para lançar mísseis de cruzeiro com armas nucleares. Isso foi amplamente discutido nos meios de comunicação russos e o povo russo está exigindo que Putin tome alguma ação contra esses sistemas.

BD: Considerando o enorme perigo de uma guerra nuclear, o que você acha das denúncias cada vez mais histéricas contra a Rússia e o governo russo na mídia dos EUA e pelos democratas e republicanos?

SS: É muito desconcertante ver a liderança tanto dos democratas quanto dos republicanos vir com esse tipo de denúncia. Essas histórias anti-Putin e anti-Rússia continuam aparecendo em milhares de diferentes fontes da mídia simultaneamente, incluindo o New York Times e o Washington Post, que deveriam ser jornais de referência, e atuam como agentes de uma campanha de difamação. Quase todas essas histórias são baseadas em nenhuma informação ou em informação falsa e criaram uma narrativa que está nos empurrando para uma guerra com a Rússia. Não há duas alternativas nesse sentido.

Uma guerra com a China não seria nem um pouco melhor. A China é uma parceira estratégica da Rússia. Eles também têm 20-30 misseis balísticos intercontinentais que carregam ogivas de três megatons; cada ogiva poderia incendiar 1554 quilômetros quadrados. A China também tem mísseis balísticos lançados por submarinos que podem ser armados com ogivas nucleares.

No entanto, não há discussão sobre a ameaça existencial de uma guerra nuclear nos EUA. Este deve ser o ponto de partida para qualquer discussão sobre armas nucleares. Se tivermos os melhores cientistas do mundo nos dizendo que uma guerra nuclear acabaria com a maior parte dos seres humanos, essa deveria ser nossa principal preocupação. Por que esses arsenais deveriam existir?

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