Português

Sobre os protestos na China

Publicado originalmente em 29 de novembro de 2022

O New York Times, que já em março de 2020 defendeu a “imunidade de rebanho” como resposta à COVID-19 e tem promovido a fabricada teoria da conspiração do Laboratório de Wuhan, está entusiasticamente noticiando as manifestações na China contra a COVID Zero.

Loading Tweet ...
Tweet not loading? See it directly on Twitter

O vídeo do New York Times destaca o slogan “Não aos testes de PCR! Nós queremos liberdade!” Liberdade de quê? Liberdade para transmitir a doença? Liberdade para infectar pessoas idosas e matá-las? Liberdade em relacão à responsabilidade social? Liberdade para “divertir-se”, sejam quais forem as consequências?

Na medida em que estas manifestações estão denunciando medidas essenciais necessárias para impedir a transmissão da COVID, elas são politicamente reacionárias e não merecem nenhum apoio. Os vídeos indicam que os manifestantes são de classe média.

A restauração do capitalismo na China gerou uma grande desigualdade social, com uma significativa classe média abastada que exibe todas as características bem conhecidas desse meio: individualismo extremo, egoísmo e hostilidade à classe trabalhadora.

As alegações de que os protestos são manifestações puramente espontâneas de descontentamento popular são altamente duvidosas. Deve-se suspeitar que os estudantes têm a simpatia, e até mesmo o apoio aberto, das seções mais direitas do Partido Comunista Chinês que se opõem às restrições anti-COVID sobre as empresas.

As motivações dos trabalhadores Foxconn que estão protestando contra as condições brutais de trabalho e exploração têm objetivos totalmente diferentes daqueles das manifestações saudadas pela mídia corporativa ocidental. As lutas deles devem ser apoiadas.

Loading